Uma Pequena Notável

Portadora de um distúrbio hereditário que impediu seu crescimento e reduziu drasticamente sua visão, Maria Eduarda Soares Mendonça vive a superação desde criança. Com a ajuda de familiares e amigos, estudou e, recém-aprovada em direito em uma faculdade particular.

Quando Maria Eduarda Soares Mendonça, 19 anos, mais conhecida como Duda, entra em algum lugar, todos param para olhá-la. Não apenas por conta do tamanho — apenas 87cm de altura —, mas pela forte presença que Duda tem. Ela aprendeu desde cedo a se impor, independentemente de estatura. Portadora de acondroplasia, um distúrbio hereditário do crescimento ósseo, mal de nanismo, Duda tem firmeza nas palavras e nas ações. Além dos problemas de crescimento, ela convive com a retinose pigmentar, deficiência visual congênita, associada à lesão de mácula. Duda enxerga menos de 20%. Apenas vultos. 

>Não só a personalidade impressiona. A beleza de Duda também chama a atenção. Cabelos loiros e bem cuidados, adornados por uma flor de pano. Olhos verdes, enfeitados com sombra brilhante, cuidadosamente distribuída nas pálpebras. Batom rosa-claro. Esmalte vermelho nas unhas e sapato cor-de-rosa finalizam o visual aprimorado. Ao completar 18 anos, a menina fez uma tatuagem nas costas: um delicado símbolo musical, a clave de sol. “O próximo passo é o piercing na orelha”, avisou. 

Duda ministra palestras sobre autoestima e inclusão social. Já teve na plateia, entre outros públicos, presidiários e dependentes químicos. São mais de 200 apresentações a cada ano. A estudante foi tema de reportagem do Correio Braziliense, assinada pelo jornalista Marcelo Abreu e publicada em 7 de outubro de 2005. À época, Duda tinha 13 anos e estudava em um colégio público. Era (e ainda é) o xodó de colegas e professores. Já dava sinais de um futuro promissor. 

Por Leilane Menezes - 14/12/2011